Humor que Revoluciona: Dercy Gonçalves
Impossível falar de humor, arte, teatro, TV no Brasil e não falar da lendária Dercy Gonçalves. Nascida no interior do estado do Rio de Janeiro em 1905, tendo sido registrada em 1907, Dercy foi filha de um alfaiate, chamado Manuel Gonçalves Costa e de uma lavadeira, chamada Margarida Gonçalves Costa.
Após um tempo morando em Macaé e trabalhando no teatro circense, o circo teve que partir para se fixar em outra cidade. Então, ela foi junto com a Companhia de Circo para Minas Gerais, onde estreou em 1929, em Leopoldina. Vanguardista, Dercy sempre foi reconhecida por sua irreverência. Participou do auge do Teatro de revista brasileiro, nos anos 1930 e 1940, estrelando algumas delas, como “Rei Momo na Guerra”, em 1943, de autoria de Freire Júnior e Assis Valente, na companhia do empresário Walter Pinto.
Na década de 1960 se apresentou em diversos teatros brasileiros. Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade (1966-1969), que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país após o AI-5. Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro. Em 1991, foi enredo (“Bravíssimo – Dercy Gonçalves, o retrato de um povo”) do desfile da Unidos do Viradouro.
Dercy de Verdade também foi o título dado à minissérie sobre a vida da atriz, que foi escrita por Maria Adelaide Amaral e direção de Jorge Fernando. A minissérie estreou no dia 10 de janeiro de 2012 e teve 4 capítulos.
Nos deixando em 2008, a lendária artista deixa um legado incontestável e imensurável para a arte brasileira. Mulher que sempre peitou o moralismo, a frente de seu tempo, abriu portas para outros artistas e criou sua maneira de fazer humor. Única, especial e inesquecível. Viva Dercy!
