O carnaval no Brasil e sua história

Foto: Reprodução/Internet

O carnaval é uma das principais manifestações culturais do país, sendo realizado em todo o território nacional, mas você sabia que o canarval não é uma festa originária do Brasil?

Pois é! O Carnaval chegou ao Brasil durante o período colonial por meio do Entrudo, uma brincadeira popular portuguesa. Mas antes de te contar como o carnaval chegou ao Brasil, vamos saber como surgiu essa festa popular?

Alguns estudiosos alegam que as primeiras concentrações carnavalescas foram realizadas no Egito. Eles comemoravam o carnaval dançando e cantando em volta de fogueiras. Fantasias e máscaras foram adotadas para que todos participassem de igual forma da festa, sem distinção de classes.

Na Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como Carnaval. As Sacéias eram uma celebração em que um prisioneiro assumia, durante alguns dias, a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

Outro rito era realizado pelo rei no período próximo ao equinócio da primavera, um momento de comemoração do ano novo na Mesopotâmia. O ritual ocorria no templo de Marduk (um dos primeiros deuses mesopotâmicos), onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.

O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao Carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao seu deus. Possivelmente a subversão de papéis sociais no Carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e outras práticas semelhantes, é associável a essa tradição mesopotâmica.

A associação entre o Carnaval e as orgias pode ainda relacionar-se com as festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam eles dedicados ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcados pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.

Havia ainda, em Roma, a Saturnália e a Lupercália. A primeira ocorria no solstício de inverno, em dezembro, e a segunda, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias, com comidas, bebidas e danças. Os papéis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.

Carnaval no Brasil

O Carnaval foi trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII, manifestando-se inicialmente por meio do entrudo, uma brincadeira que foi muito popular até o século XIX, desaparecendo do país em meados do século XX, por meio da repressão que se estabeleceu contra essa brincadeira.

O entrudo era realizado de diversas maneiras, e conhecido como uma forma de zombaria pública. A forma mais conhecida era o jogo de molhadelas, realizado alguns dias antes da quaresma. Esse jogo era uma brincadeira de molhar e sujar as pessoas que passavam pela rua.

No jogo das molhadelas, produziam-se recipientes que eram preenchidos de determinado líquido. Esse líquido poderia ser aromatizado, mas também poderia ser malcheiroso e, neste caso, o recipiente era preenchido com água suja de farinha ou café, por exemplo, e até mesmo urina. Como era uma prática muito popular, nos séculos XVIII e XIX, essa brincadeira era vista como uma oportunidade de renda extra para algumas famílias.

Essas famílias dedicavam-se à produção dos recipientes, que eram preenchidos com qualquer tipo de líquido, para vendê-los em seguida. A brincadeira era tão popular que até mesmo a família real brasileira foi adepta do entrudo. Entretanto, a brincadeira não agradava à grande parte da elite brasileira e foi aí que começou a tentativa de boicotar o entrudo.

O “Entrudo” era um tipo de brincadeira de carnaval, possivelmente trazido pelos portugueses da Índia.

A imprensa foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da campanha contra o entrudo no Brasil. Enquanto a brincadeira era reprimida nas ruas, a elite criava bailes de carnaval em clubes e teatros.

Mesmo diante de todos os obstáculos, as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. As marchinhas de carnaval surgiram no século XIX. O samba surgiu por volta da década de 1910 e foi se tornando, ao longo do tempo, o legítimo representante musical do carnaval.

Já na Bahia, os primeiros afoxés (ritmo musical) surgiram na virada do século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.

Ao longo do século XX, o Carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela Avenida Central, atual Avenida Rio Branco. Corso foi um tipo de agremiação carnavalesca que promovia desfiles utilizando carros, geralmente de luxo, abertos e ornamentados, pelas ruas de sua cidade, com foliões geralmente fantasiados, que jogavam confetes, serpentinas e esguichos de lança-perfume nos ocupantes dos outros veículos. Tal prática durou até por volta da década de 1930.

Na década de 1920, surgiram as escolas de samba e a primeira disputa entre elas ocorreu no Rio de Janeiro, em 1932. A década de 1930 ficou conhecida como a era das marchinhas.

Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso, mas o nome “trio elétrico” somente foi utilizado um ano depois quando convidaram Temistócles Aragão para compor o grupo.

Na década de 1960, empresários do jogo do bicho e de outras atividades empresariais legais enxergaram o potencial das escolas de samba e o poder comercial por trás desse movimento, e passaram a investir na tradição cultural.

O Carnaval é uma tradicional festa popular realizada em diferentes lugares do mundo, sendo mais celebrada no Brasil. O evento passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural.

Curiosidade: A palavra Carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é “retirar a carne”. Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos.

Fonte da pesquisa: Brasil Escola e Wikipédia

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Milton Webo

Produtor Artístico e Cultural. Trabalha em projetos de diversas linguagens, entre elas, espetáculos teatrais, projetos audiovisuais e artistas de renome nacional, além de experiência com desenvolvimento de toda pré-produção de evento, levantando todas as necessidades para sua realização.

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7 Resultados

  1. Felipe disse:

    Que legal, Webo. Sempre achei que o carnaval era uma festa criada no Brasil rsrs

  2. Rebeca disse:

    Não sabia. Adorei!!!!!!!!

  3. Jorge Silva disse:

    Parabéns pela matéria

  4. Jonatas disse:

    Que legal. Parabéns pela pesquisa Milton!!!

  5. Cirano disse:

    Maravilhosa matéria, mais uma aptidão sua Milton, vc é demaissss, o site tá lindo, vamos compartilhar 👏😘👏

  6. Geovana disse:

    Vale muito a pena a leitura

  7. Rosângela Silva disse:

    Que artigo legal Miltinho. Esperando pelos próximos textos!!!

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