TJA recebe a estreia do projeto Temporada Autoral, com show de Abidoral Jamacaru, Edmar Gonçalves, Rebeca Câmara e Dalwton Moura, com apoio do CCBNB

Abidoral Jamacuru (Foto: Marcos Taveira)

Um novo projeto musical, focado na valorização da produção autoral e da cena cearense, abrindo espaço para os compositores e compositoras, em apresentações coletivas e formações enxutas, em que a canção tem lugar de destaque.  

Assim é o Temporada Autoral, que estreia em grande estilo, na sexta-feira, 8 de setembro, às 19h, no Theatro José de Alencar, palco nobre das artes do Ceará, reunindo dois artistas de grande bagagem e dois autores mais jovens – promovendo um encontro de gerações, outra característica do projeto, além do objetivo de reunir artistas de diferentes regiões do Estado, chamando atenção e ao mesmo tempo contribuindo para amenizar um pouco a dificuldade de circulação dos músicos cearenses pelo próprio Ceará.

O mestre Abidoral Jamacaru, 74 anos, do Crato, a grande referência dos compositores do Cariri, com quatro discos lançados, um álbum em homenagem a sua obra, prêmios em inúmeros festivais e autor e várias canções gravadas por outros intérpretes; o cantor e compositor Edmar Gonçalves, de Juazeiro do Norte, radicado em Fortaleza desde os anos 80, que conta com três discos lançados, participações em mais de 30 álbuns coletivos e é vencedor de vários festivais, tendo sido gravado por expoentes como Flávio Venturini; a jovem compositora, cantora e violonista Rebeca Câmara, que lançou dois discos autorais, foi “afilhada” musica de Luizinho Duarte e tem músicas tocando em rádio em Fortaleza, e o compositor Dalwton Moura, idealizador do projeto, artista premiado em diversos festivais, autor de três discos autorais e dois EPs autorais, em parceria com Rogério Franco, Luciano Franco, Rodger Rogério e Osmar Milito, são as atrações deste primeiro show do projeto.

Os ingressos podem ser obtidos através do Sympla e na bilheteria do Theatro José de Alencar, ao preço de R$ 40,00 a inteira e R$ 20,00 a meia. A realização é do projeto Futuro e Memória – Música do Ceará, em parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) Fortaleza e o projeto Jazz em Cena e com apoio do Theatro José de Alencar, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) gerido em conjunto com o Instituto Dragão do Mar (IDM).

Mais sobre Abidoral Jamacaru:

Natural do Crato, Abidoral Jamacaru, é cantor, compositor e um dos mais reconhecidos representantes da música popular caririense. “Bida”, como é carinhosamente chamado pelos fãs, passeia por estilos diversos, que vão do blues ao coco e do rock ao forró. Em geral suas canções abordam elementos que descrevem situações políticas, sociais, humanas e referentes à cultura popular tradicional, mas que, paralelamente, também lançam olhares para realidades diversas, nas quais novos campos de significação coabitam, traçando em um mesmo contexto, um paralelismo entre o antigo e o contemporâneo. Sua principal fonte de inspiração do artista é a Chapada do Araripe, podendo ser vista em vários momentos de sua obra.
Abidoral estreou nos palcos nos anos 70 no auge dos Festivais da Canção Regional, ganhando por três vezes o prêmio do concurso. O artista fez parte de outros festivais nacionais e teve participação no conjunto de movimentos artístico-culturais, em especial do Movimento de Contracultura, que eclodia em todo o país, no qual alguns jovens buscaram uma nova lógica artística baseada em rupturas e descontinuidades, assentadas no esforço de mover as fronteiras e aproximar o regional do universal, a música erudita e popular, hibridizando distintos elementos, sempre em busca da construção de uma ou algumas identidades musicais brasileiras. Característica que continua fazendo parte das músicas de Abidoral.
Ao longo de sua carreira o seu trabalho foi reconhecido por grandes nomes da música brasileira como Chico César, Lenine, Zeca Baleiro, Cássia Eller e Nelson Motta. Abidoral possui em sua discografia quatro álbuns antológicos gravados e que se tornaram símbolos da cultura regional: “Avallon” (1986), “O Peixe” (1998), “Bárbara” (2008) e “Abidoral Jamacaru” (2018), além de um disco coletivo em homenagem a ele, produzido por Eugênio Leandro: “Dádiva – Amigos e Canções de Abidoral Jamacaru”.
Abidoral Jamacaru circulou pelo país na década de 70 (Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Piauí, Distrito Federal), na década de 80 (Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais) e todos os shows que se sucederam foram realizados no Ceará e na Paraíba. Suas canções já foram objeto de estudo de trabalhos acadêmicos, em especial, da URCA e da UFCA).
Aos 74 anos, Abidoral Jamacaru continua morando em Crato, compondo e vivendo de forma introvertida, recebendo diariamente em sua residência amigos, fãs e entusiastas de sua música. Entre os parceiros de composição estão Cleivan Paiva, Rosemberg Cariry,Geraldo Urano, Lifanco Kariri, Luiz Carlos Salatiel, Alano Freitas, J. Flávio Vieira e seu irmão Pachelly Jamacaru.

Mais sobre Edmar Gonçalves:

Natural de Juazeiro do Norte e radicado em Fortaleza desde os anos 80, Edmar Gonçalves começou a cantar quando ainda era um menino, entre seus sete e oito anos de idade, enquanto se balançava na rede. Sua paixão pela música aconteceu em paralelo ao seu desenvolvimento nas artes plásticas.
Edmar começou cantando MPB na noite, em bares e restaurantes, e assim foi durante 12 anos, cantando melodias de canções conhecidas do grande público, mas fazendo intervenções pessoais, para dar sua identidade a cada música. Passou então a se apresentar também em teatros, abrindo shows de artistas como Alceu Valença, e então rapidamente começou a fazer seus próprios shows. Participou de diversas edições do festival Canta Nordeste, então apoiado por uma grande rede de televisão. Em 1993 se apresentou com “Saberei”.
Em 1994 foi o vencedor no Ceará, com a música “Canto sem Eira nem Beira”, parceria com Evaristo Filho. Em 1996, novamente premiado com “Miragem”, também composta com Evaristo. Para Edmar, as artes plásticas são elementos mais reservados, uma obra de arte fica dentro de casa para você e seus convidados contemplarem, enquanto a música é algo que você aproveita em conjunto, com diferentes energias reunidas em um só lugar. “É muita energia que você recebe naquela hora, sabe… É todo mundo te olhando, te aplaudindo, se emocionando, então você tá recebendo uma carga de energia muito boa ali”, revela o artista, reconhecido por grandes composições como parceiros como Marcos Lupi e também pela privilegiada condição de intérprete, do intimista ao performático, do timbre diferenciado ao corpo inquieto e criativo em cena. Condição que também o levou a participar de mais de 30 discos coletivos, de projetos especiais e de coletâneas.
Edmar Gonçalves é um dos participantes do projeto “Futuro e Memória – Música do Ceará”, idealizado e coordenado por Rogério Franco e Dalwton Moura, que desde 2018 vem reunindo várias gerações da cena cearense, tendo lançado dois discos e um especial audiovisual, além de realizar diversos shows. Mais recentemente, teve sua canção “Em cima do tempo”, parceria com Marcos Lupi, gravada por Flávio Venturini, que a escolheu para dar nome a  uma turnê.

Mais sobre Rebeca Câmara:

Rebeca Câmara vivenciou a música desde muito cedo, tocando nas festas de família, com seu avô, Sinésio, bandolinista. Desde muito cedo teve a música presente em sua vida através do bandolim. Aos 14 anos passou a ter seu violão como companheiro. Licenciada em Música pela Universidade Estadual do Ceará, Rebeca é professora do instrumento e ministra oficinas de sensibilização musical.
Teve a oportunidade de estudar, conviver e dividir o palco com mestre Luizinho Duarte, fazendo parte, com ele e com outros grandes nomes da cena musical cearense, como a pianista Lu Basile, da Gargalhada Choro Banda. Apresentou-se em eventos como o Festival Jazz & Blues, em Guaramiranga, e o Rio Mar Music Festival (abrindo shows de Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci), tendo também a alegria de dividir o palco com Guinga, a convite do aclamado violonista e compositor, em uma apresentação em Fortaleza.
Lotou o Teatro Ceará Show para o lançamento de seu primeiro disco autoral, em 2017, e de seu segundo álbum, também autoral, “O Melhor de Mim”, de 2022, com arranjos em colaboração entre ela e o pianista Thiago Almeida.  Jovem e já com uma considerável trajetória, Rebeca Câmara conquistou espaço  inicialmente como uma aplaudida violonista, tocando com cantores como Marcos Lessa e Lia Veras, instrumentistas como Marcio Resende, Heriberto Porto, Cainã Cavalcante, Tito Freitas e Carlinhos Patriolino, além de diversos grupos com quem atuou em palcos e estúdios.
Da força de uma instrumentista reconhecida pelos colegas e pelo público, com influências do choro, da MPB, da música instrumental brasileira, Rebeca mergulhou forte no universo da canção. Foi principalmente como compositora e cantora que lançou seu primeiro disco, em 2017, lotando o show de estreia do álbum, despertando elogios e obtendo espaço para algumas das faixas em rádios de Fortaleza. A ambiência sonora comunicativa, o acento “MPBístico com um pé no pop”, a criação de canções de destacados caminhos melódicos são características do trabalho da artista que se confirmam no segundo álbum.

Mais sobre Dalwton Moura

Dalwton Moura é compositor, produtor cultural, jornalista, parceiro de composição de artistas como Rodger Rogério, Rogério Franco, Luciano Franco, Paulo Façanha, Davi Duarte, Gilmar Nunes, do mestre da bossa nova Roberto Menescal, de Kátia Freitas, Cristiano Pinho, Tarcísio Sardinha, Luizinho Duarte, Pingo de Fortaleza, Melquíades, Sergio Oliva, Pedro Rogério, Alan Mendonça, Caio Castelo, Fladiana Ruiz, entre outros. Lançou os discos “Futuro e Memória” 1 e 2 e o especial audiovisual “Futuro e Memória 2”, em parceria com Rogério Franco e com intérpretes cearenses de várias gerações, circulando com um show reunindo nada menos que 15 desses artistas, e “Sonho ou Canção”, em parceria com Luciano Franco, com intérpretes do Ceará, de São Paulo, Rio de Janeiro e dos Estados Unidos, com shows de lançamento em Fortaleza, São Paulo e no Rio.
Lançou os EPs “Velho Menino”, com Rodger Rogério, celebrando os 75 anos do grande mestre da música do Ceará para o Brasil, e “MilitoFrancoMoura”, com Luciano Franco e o mestre Osmar Milito, pianista de jazz e bossa nova, nome histórico da música. Venceu o II Festival da Música de Fortaleza, em 2019, com “Canção pra lhe encontrar”, parceria com Roberto Menescal, o I Festival de Música do Cais Bar da Redonda, com “Atrás do tempo”, parceria com Davi Duarte, na interpretação de Cyda Olímpio.
Como produtor cultural e militante do campo da cultura, é vice-presidente do Sindicato dos Músicos do Ceará e procura contribuir para o pleno desenvolvimento da cena musical cearense, dialogando com poder público e iniciativa privada, reivindicando e procurando construir melhorias na política cultural e mudanças de mentalidade quanto à valorização da nossa música. É autor do livro “Nos Acordes do Jazz & Blues – Histórias do Festival de Guaramiranga”. Foi repórter e crítico musical no jornal Diário do Nordeste. Foi coordenador de políticas para a música da Prefeitura de Fortaleza e coordenador de comunicação da Secretaria da Cultura do Ceará.

SERVIÇO:
Estreia do projeto Temporada Autoral – Shows coletivos destacando os compositores e compositoras do Ceará, valorizando a canção. Estreia sexta-feira, 8 de setembro, às 19h, no palco principal do Theatro José de Alencar, com Abidoral Jamacaru, Edmar Gonçalves, Rebeca Câmara e Dalwton Moura. Realização: projeto Futuro e Memória – Música do Ceará, com apoio do  TJA e do CCBNB Fortaleza. Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia), no Sympla e na bilheteria do TJA. Informações: Instagram @musicadoceara e Whatsapp 85999733054.

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *